Alô, Tabuleirista!
Já é Novembro! Mês da consciência negra!
A autoidentificação étnico-racial ou cor é um dos aspectos da identidade que não perguntamos no formulário de inscrição da Liga, assim como a orientação sexual. Apesar de serem aspectos importantíssimos e muito atravessados pela experiência de viver no tempo e na sociedade em que vivemos, optamos por, em um primeiro momento, perguntar de maneira mais ampla que aspectos da sua identidade você considera importantes para te descrever.
Queremos compartilhar um pouco do que andamos descobrindo:
Até agora, com 75 respostas, as diversas interpretações da questão chamaram a atenção. Para descrever a si mesmas, muitas tabuleiristas se pautam principalmente em aspectos subjetivos da personalidade (“sou alegre”, “criativa”, “observadora”, “decidida”), relações familiares e afetivas e objetivos de vida (“estou buscando desenvolver um projeto”, “quero aprender mais”, “quero um mundo mais feminista/antirracista”). Em segundo lugar, o que mais aparece é a relação com jogos e aspectos profissionais.
Três tabuleiristas se declararam negras/pretas, demarcando esse aspecto de suas identidades como importantes para descrevê-las, sendo as únicas dentre todas as ligadas a mencionar um marcador racial ou étnico nessa resposta.
Os marcadores raciais atribuídos pela sociedade exercem grande influência sobre a forma como vivenciamos nossas relações com os espaços, as pessoas, e as atividades.
Você já pensou sobre como o fato de ser lida a partir de uma raça muda os desafios e incentivos que você tem ou deixa de ter para ser uma tabuleirista?
Neste mês, em sua terceira edição a LigaNews já alcança mulheres tabuleiristas de 36 cidades brasileiras.
Sabemos que a presença masculina e branca ainda é a que mais aparece nos espaços de protagonismo e nas representações do nosso amado hobby. Mesmo assim, será que as mulheres negras simplesmente não participam dele?
Fazendo o movimento de buscar ativamente conhecer mulheres tabuleiristas e suas atividades junto aos jogos de mesa pelo Brasil, cada vez mais estamos descobrindo que não é bem assim. De fato, não é como se a composição desse universo fosse proporcional à da população em termos de negritude. Mas, cada vez mais, compreendemos que parcela notável dessa mesma já é preta! Há mulheres pretas jogando, empreendendo e falando de jogos ao redor do Brasilzão, com paixão e com trabalhos sensacionais! Será que se houvesse tanta visibilidade e reconhecimento para as tabuleiristas negras quando há para os brancos por aí, essa presença não se tornaria ainda maior?
Apostamos que sim e só há um jeito de conferir: bora mexer nossas peças até virar o jogo!
Para ver os detalhes do que preparamos para compartilhar nesta LigaNews, é só clicar em “leia mais” conforme indicado em cada seção!
Esperamos que sua leitura seja recheada de inspiração.
Continue ligada!
Um abraço,
Liga Brasileira de Mulheres Tabuleiristas
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